quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Proposta curatorial inovadora em 6 x Albano

Em 6 x Albano, exposição que está em cartaz no Espaço Cultural Correios em Fortaleza até o dia 5 de novembro, o conteúdo fotográfico estava lá, apesar do ecletismo das imagens, contudo a curadora Jeanne Duarte conseguiu realizar uma proposta de exposição que valorizou ainda mais as fotografias, os artistas (José Albano, Maurício Albano, Ciro Albano, Ricardo de Aratanha, Mario de Aratanha e Fernando de Aratanha), e porque não dizer, o público. 

Sem conteúdo não se faz uma exposição fotográfica (ou qualquer exposição) que valha a pena. Mas mesmo se houver conteúdo uma mostra de fotografias pode ficar aquém do que poderia ser sem uma curadoria competente.

Sabe-se da explosão do vídeo nos últimos anos e fenômenos como YouTube são reflexos disso. Poderia se pensar que com a evidência do vídeo as imagens estáticas como a fotografia ficariam desvalorizadas. Mas não é o que parece acontecer, afinal, a invenção irmãos Lumière não é mais do que imagens em sequência e em determinada velocidade dando idéia de movimento. Ou seja, todo filme é composto por imagens estáticas.
Na exposição que mostra o trabalho dos Albano e dos Aratanha a curadora soube usar da facilidade do vídeo e do seu baixo custo como instrumento eficiente e produtivo na exposição de 400 imagens sem a necessidade de imprimi-las.

Pelo formato como os vídeos foram expostos ficou muito interessante relacionar, ou melhor, misturar os seis fotógrafos unidos pelos laços familiares em vídeos para que depois tentássemos separar suas estéticas particulares.

Foram colocadas três telas passando as fotografias sem o crédito e misturadas. Depois noutra sala as fotos e seus respectivos créditos eram-nos revelados em outras três telas.

Essa idéia forçou os expectadores a interagir intelectualmente com as imagens. Como num jogo começamos a separar as fotos de temáticas diferentes e começamos a enxergar o olhar de cada fotógrafo. Nada é mais preciso para um artista quando ele pode ser identificado por sua arte, (por seu traço, diriam os desenhistas) por sua estética particular. Aí sim temos o artista.

E nada melhor para aprender fotografia do que ver fotografia. Quando começamos a separar a visão de cada fotógrafo aprendemos que também devemos particularizar a nossa.

Se fossem seis fotógrafos a esmo, talvez o resultado não fosse tão bom. Quando temos seis fotógrafos unidos (ou separados) por uma história de vida e pelos laços de parentesco temos o mote da exposição, justamente misturar para depois separar os artistas e as estéticas particulares, expandido.

É bom conhecer a história fotográfica dos Albano e dos Aratanha. Melhor ainda é poder aprender com ela de uma forma inusitada e criativa tendo uma experiência de arte que nos instiga a inteligência e o nosso lado lúdico, como a curadora fez acontecer.

Quando o curador Ivo Mesquita, na 28ª Bienal de São Paulo (A Bienal do vazio) propôs um andar inteiro vazio no pavilhão da Bienal e começou-se a questionar o tamanho da importância e da influência dos curadores na arte. Era quase como se os curadores fossem também artistas, as coisas ficaram meio nebulosas e parecia surgir uma crise.

Mas por que os curadores não podem ser vistos como artistas também¿ Cada vez mais a arte é concretizada por vários agentes, por meio de parcerias. Inclusive estão em moda os chamados coletivos (grupos de artistas que compõem assinam obras em conjunto – um bom exemplo no Ceará é o Grupo Acidum). Cada vez mais a arte é feita de apropriações de outras obras. Por que não um curador apropriar-se de obras e propor em uma mostra com um quê de “sua arte”, de sua própria estética¿ De forma alguma é menosprezar as artistas e as obras, mas antes de tudo colocá-las num contexto, proporcionar leituras e opinar. Neste caso com bastante sucesso e propriedade pela curadora Jeanne Duarte.



Enio Castelo 

Outubro de 2011 

Imagens:

Foto de Ricardo de Aratanha (Divulgação)
fonte: http://www.opovo.com.br/



Foto de Ciro Albano (Divulgação)
fonte: http://diariodonordeste.globo.com/


Serviço:
Exposição
6 X ALBANO
22 de setembro a 05 de novembro (2011)
seg a sex 8h às 17h/ sáb 8h às 12h
Espaço Cultural Correios
Rua Senador Alencar, 38 – Centro – Fortaleza - Ceará
Gratuito
(85) 3255 7275
http://6xalbano.blogspot.com/

Links relacionados:
http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2011/09/21/noticiavidaeartejornal,2301922/parentada-reunida.shtml
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2271&cd_item=3&cd_idioma=28555
http://www.birdwatcher.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=238:ciro-albano&catid=48:entrevistas&Itemid=67
http://www.fa7.edu.br/galeria/4/mauricio.htm
http://framework.latimes.com/who-we-are/ricardo-dearatanha/
http://6xalbano.blogspot.com/2011/08/um-pouco-do-que-sera.html
http://fernandodearatanha.com/
http://www.youtube.com/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Auguste_e_Louis_Lumi%C3%A8re
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1046261
http://www.28bienalsaopaulo.org.br/apresentacao
http://www.artecapital.net/entrevistas.php?entrevista=57
http://pt.globalvoicesonline.org/2008/11/09/brazil-a-bienal-do-vazio-enche-a-blogosfera/
http://grupoacidum.art.br/

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Curadora Rosely Nakagawa fala sobre a Fotografia no Nordeste


Ainda como programação do Encontros de Agosto 2011, evento de iniciativa do Fórum da Fotografia - Ceará que discutiu em Fortaleza a temática da Fotografia Contemporânea e realizou uma série de boas exposições, haverá palestra da arquiteta e curadora Rosely Nakagawa (SP) que abordará o tema "A fotografia no Nordeste: percursos e perspectivas" no CCBNB de Fortaleza, nesta quinta, dia 29 às 19h30.

Como aperitivo confira entrevista da curadora no site OlhaVê.
Folder de Divulgação

Serviço:
Palestra
A fotografia no Nordeste: percursos e perspectivas
Rosely Nakagawa (SP)
29 de setembro, quinta feira às 19h30
Centro Cultura Banco do Nordeste
Rua Floriano Peixoto, 941, Centro, Fortaleza - CE
+ 85 3464 3108

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A Londres de José Guedes

Qual a proximidade entre a pintura e a fotografia¿ Ou melhor, qual a distância¿ Em quais aspectos a fotografia é pintura, e a pintura é fotografia. Estas perguntas parecem superadas na arte contemporânea, mas o público em geral ainda se pergunta: é foto ou é uma pintura¿ 

No início da fotografia os então fotógrafos queriam dar contornos de “arte” à fotografia, eram os pictorialistas que equiparavam a fotografia à pintura então maior expressão de arte da época. Com o passar do tempo fotógrafos como Paul Strand que capturavam imagens com o interesse em reproduzir a “realidade” (os chamados realistas) e com a popularização de iniciativas como a da Kodak que tornou a fotografia acessível a muitas pessoas é que fotografar começou a ser visto como uma maneira de expressar a “verdade”. 

Hoje impera a liberdade. Ainda há os fotógrafos documentaristas que procuram mostrar os fatos. Mas claro que esses fatos estão sempre impregnados de uma visão de mundo e o recorte da câmera é antes de tudo uma posição política. Ocorre que a verdade está à disposição de quem fotografa e mostra sua opinião sobre os fatos. Além ainda da questão da manipulação digital (ou mesmo analógica) da imagem que pode ser trabalhada e distorcer a “realidade” em favor de uma “verdade desejada”. 

Ao mesmo tempo a fotografia é cada vez mais usada nas artes plásticas em diferentes contextos, aceitos pelos curadores tendo em vista que a arte contemporânea já superou a questão do suporte que pode ser múltiplo e variado e que está sempre em função da idéia e da estética do artista. 

José Guedes com a exposição virtual “Londres”, que esteve hospedada no FaceBook, coloca essas questões em discussão. Mas com uma clara e consciente noção que não esta praticando a fotografia documental. Apesar de suas imagens tangenciarem esse aspecto – mesmo porque escolheu Londres como palco para as imagens. 

Ele que começou sua trajetória de artista plástico ligado à pintura nos mostra nesta exposição a face pictórica que pode ter a fotografia. Há nas fotos uma preocupação com a cor, com a composição e com a idéia. Para isso não hesita em usar a manipulação eletrônica (leia-se tratamento eletrônico da imagem) para obter a fotografia/pintura que deseja. Aqui o método fotográfico é só o principio da criação da obra. Um instrumento a captar cenas do cotidiano de Londres que depois foram trabalhadas às ordens do conceito que o artista propõe a nos mostrar. 

Há desfoques explícitos, cores super saturadas e as figuras humanas que geralmente compõe as imagens, mas que não estão lá como centro das atenções. Estas características remetem a uma opinião e eu diria que até mesmo a uma crítica à cidade de Londres e aos londrinos. Ou, quem sabe, uma sugestão de mudança. 

Numa cidade em que as pessoas estão sempre preocupadas com seus afazeres e o trabalho, suas metas e seu “foco”. Bem como a característica cinzenta da cidade que permite poucas cores e lhe dá um ar de sobriedade. Guedes enfatiza as características pictóricas das imagens com detalhes em cores fortes, o desfoque acentuado, e, ainda, compõe as cenas levando as pessoas a integrarem a paisagem. Num manifesto por uma Londres mais colorida, mais relaxada e mais humana. 

A mostra não deixa de ser um documento, como as cidades de Cristiano Mascaro o são, ou como a Paris de Eugène Atget. Mas é um documento pelo contraste, não pelo cominho nítido e real de Mascaro e Atget. Para Guedes, mais importante do que a Londres que é, é o que ela poderia vir a ser, pelos olhos, digo, pela opinião do artista. 


Setembro de 2011 

Links relacionados
http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2011/07/25/noticiavidaeartejornal,2271035/facebook-vira-galeria-para-artista.shtml
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fotografia
http://www.google.com/search?q=Paul+Strand&hl=pt-BR&biw=1280&bih=705&prmd=imvns&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=fEhyTsr9I9GfsQKIw8mACg&ved=0CCsQsAQ
http://www.infopedia.pt/$pictorialismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_contempor%C3%A2nea
http://www.joseguedes.com/
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=1471
http://www.google.com/search?q=atget+eug%C3%A8ne&hl=pt-BR&biw=1280&bih=705&prmd=imvns&source=lnms&tbm=isch&ei=2UxyTt7hEpHJ0AHK8-2fDg&sa=X&oi=mode_link&ct=mode&cd=2&ved=0CBAQ_AUoAQ
 

Imagens relacionadas

Divulgação
José Guedes
fonte: http://www.opovo.com.br

Capa do Livro Paul Strand Olhar Direto editado pelo Instituto Moreira Salles
fonte: http://ims.uol.com.br/

Foto por Cristiano Mascaro - Pico do Jaraguá - São Paulo - SP
fonte: http://www.itaucultural.org.br

Foto por Eugène Atget
fonte: http://phomul.canalblog.com



segunda-feira, 18 de julho de 2011

apneia de filipe acácio

Um ótimo livro do guru de administração Tom Peters, chamado Reimagine, dedica um capítulo inteiro ao design. Considera essa atividade fundamental para os negócios afirmando que o administrador deve pensar como um designer.

Um fotógrafo pode não ser um designer e fazer um belo trabalho. No entanto um designer tem na fotografia um instrumento maravilhoso para exercer design e fotografia (ou fotodesign).

No mesmo livro Peters defende que o cliente, o fornecedor e o funcionário não querem só comprar, vender ou trabalhar, eles querem ter uma experiência sensível, vivenciar de uma forma preciosa a relação de negócio que lhes dê significado a este ato. Como exemplo ele cita as pessoas que compram motos, e estão dispostas a pagar mais caro ainda por motos Harley-Davidson. Não porque precisam se transportar, mas porque querem vivenciar a liberdade e o poder que as motocicletas evocam. Quanto mais uma Harley-Davidson.
Mudando dos negócios para a fotografia de arte, o expectador, como o cliente para Peters, quer também vivenciar uma experiência singular, quer sentir algo. É isso que filipe acácio proporciona com o ensaio apneia, apreentado na Galeria Vida & Arte do jornal O Povo (publicado em 10/07/2011).


[apneia]01 - do arquivo pessoal do artista

[apneia]02 - do arquivo pessoal do artista



Ele nos faz mergulhar sem água, prender a respiração e ver cores em tom de verde e azul num mundo paralelo abaixo d’agua. Ausente o ar, experienciamos o abismo que ele nos propõe. Com a comodidade de não ficarmos restritos aos dez segundos, temos todo o tempo da contemplação.

Não me arisco a dizer que filipe aqui foi designer (profissão com a qual nos é apresentado, além de fotógrafo), mas com certeza seu trabalho nos proporciona arte. Como Munch que nos faz “ouvir” o grito mesmo sem som em sua tela (O Grito), e como Monet que nos faz quase “pegar” as flores de Giverny. O fotógrafo-designer nos tira o ar e mergulhados em apnéia.

"O Grito" Fonte: http://entremundos.com.br


E embora o design não seja a característica marcante do ensaio, já que o trabalho é fundamentalmente arte contemporânea, os conhecimentos de design de filipe com certeza lhe foram úteis como instrumento para a fotografia que por sua vez também é instrumento para executar o trabalho e podermos, enfim, ter arte.

Mas deixemos os rótulos e tecnicidades de lado e vivenciemos um mergulho em apneia pelo abismo.


Julho/2011.


Links relacionados

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Livro “Patativa do Assaré - o sertão dentro de mim”

O poeta Patativa do Assaré é um ícone do Nordeste. Faz parte do imaginário do povo e é um clássico da literatura da região. Mas que um regionalista e que um representante da arte do povo nordestino ele é um artista universal. Como, aliás, são todos os clássicos.

Patativa do Assaré - o sertão dentro de mim

Cantado por Luiz Gonzaga e Raimundo Fagner, registrado cinematograficamente por Rosemberg Cariry, estudado na Europa e Estados Unidos, agora o poeta é tema do livro “Patativa do Assaré - o sertão dentro de mim” com fotografias de Tiago Santana e texto do pesquisador Gilmar de Carvalho.

Ainda não tive acesso ao livro, mas me arisco a escrever sobre a escolha do seu tema. Tiago Santana é renomado pelo registro que faz do povo mais sofrido do interior do sertão nordestino como em “Benditos” e "O Chão de Graciliano". Agora o fotógrafo se debruça sobre um exemplo puro da arte da região com o acréscimo da análise de um intelectual também pautado pelo tema do nordeste, o professor Gilmar de Carvalho. Nada mais coerente com o tema central da carreira do fotógrafo, o Nordeste, ou melhor, o nordestino.

Portanto, o livro, além de ser mais uma contribuição para imortalizar o poeta do Cariri, é também uma escolha acertada e coerente na trajetória do fotógrafo cearense, que já traçou seu caminho confirmando-se como um dos mais importantes fotógrafos a registrar a iconografia nordestina.

Julho de 2011.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Cartões Postais

Semana passada, tive acesso a alguns postais antigos. Alguns do fim do Século XIX, a maioria da primeira metade do Século XX. Trabalhei (ainda estou trabalhando) na digitalização e catalogação deles. A maioria é fotografia, algumas “fotografias pintadas” outros são ilustrações.

Muitos têm recados e pequenas cartinhas como é próprio dos cartões postais. Fico imaginando o quanto de memória e mesmo de História é possível registrar nesses verdadeiros documentos.

Cartão Postal: Coleção Particular

A fotografia aliada à dedicação de algumas pessoas que reconhecem o tesouro desses objetos e os preservam com todos os cuidados é instrumento fundamental da história.

Com a chegada dos meios digitais e suas “facilidades” é necessário aprimorar a dedicação e os cuidados que existiam com o físico agora também com o virtual. Além da possibilidade ainda de divulgação e compartilhamento desses acervos em grande escala através principalmente da internet.

No Ceará, o Nirez – inclusive com exposição Fortaleza: Memórias do Tempo sob sua curadoria no Espaço Cultual Porto Freire –, é um exemplo de como se deve fazer para preservar, estudar e compartilhar a memória. Funções que não devem ser só dos museus e dos historiadores, mas inclusive, também de fotógrafos, por meio de seus bancos de imagens, e das pessoas em geral com seus acervos pessoais e familiares.

É em arquivos como esses, carregados de memória, que a artista Rosângela Rennó, busca inspiração para o seu trabalho. Trata-se de fotografia e arte contemporânea da melhor qualidade e importância como pensamento crítico do passado e reflexão para o futuro.

Imagem: Rosângela Rennó

Chega-se a dizer que ela é uma fotógrafa que não fotografa, mas continua a ser uma fotógrafa. Sua matéria prima é a memória contida nas imagens. Delas e da sua recontextualização estética nasce o conceito em sua arte.

Em tempos como o nosso de imagens descartáveis. Intelectuais como o Nirez e Rosângela Rennó preservam um valor fundamental da fotografia, a memória. E devem ser seguidos pelos fotógrafos na administração de seus bancos de imagens, que são também bancos de documentos históricos, fundamentais para o futuro.

Veja mais em:



terça-feira, 26 de abril de 2011

O Olhar de Cada Um

Foi publicado recentemente o livro “O Olhar de Cada Um – Unidades de Conservação do Estado do Ceará, pela Editora Tempo D’Imagem. Coordenando pelo fotógrafo Celso Oliveira o livro traz imagens de 68 áreas protegidas por lei no estado do Ceará.

Foto: Celso Oliveira

Ao todo, 18 fotógrafos participaram do trabalho, entre eles, além do próprio Celso Oliveira, existem fotos de Tibico Brasil, Tiago Santana, Gentil Barreira e outros.  O livro também apresenta textos de Lúcio Alcântra e de Mariana Silva.

A fotografia é uma grande arma na defesa da Ecologia e este livro é um exemplo muito bem acabado disso.  Assim como são os livros capitaneados por Araquém Alcântara, talvez o maior especialista em fotografia de ecologia no Brasil.

Araquém é autor de 41 livros, incluindo o best-seller, “Terra Brasil”. Ele foi, inclusive, agraciado com o Prêmio Dorothy Stang 2007 (Categoria Humanidade) pelo trabalho no livro “Mar de Dentro”, Ed. Top Magazine.
Livro: Terra Brasil, Araquém Alcântra

Livro: Mar de Dentro, Araquém Alccântra
Iniciativas desse tipo são muito bem vindas à Ecologia e ao Ceará. Além de campo de trabalho promissor e gratificante para os fotógrafos.

Veja mais em:

Enio Castelo

Abril de 2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Marbeira

O Vida & Arte Galeria do Jornal O Povo neste ultimo domingo, 24/04/2011, publicou o ensaio Marbeira de Yuri Leonardo.  Ele usa a fotografia como suporte e reflexão sobre a cidade. Mais especificamente sobre seu cartão postal a Beira Mar.

As fotos/imagens não são retratos da realidade, mas expressões oníricas de uma Beira Mar que é a contradição em si mesma. A natureza e o concreto. Os simples freqüentadores e os moradores bem nascidos. Os corredores em busca de saúde e os bêbados do prazer...

Os prédios – tão discutidos – parecem tremer. Muitas vezes estão no alto como que em luta contra o mar. As figuras tremidas, desfocadas, irreconhecíveis. E o mar a guiar todas as imagens.

Imagem: Divulgação

A fotografia, mais do que “editada”, é, aqui, “mixada”, movida e remexida para expressar o conceito do artista. Ele não é mais somente fotógrafo em sentido estrito, é também artista que usa a fotografia como instrumento, indo além do seu uso comum (uso da fotografia).

E faz isso para propor uma reflexão. A manipulação da imagem tem um propósito, um conceito e uma política a ser defendida. A realidade não é mais tão somente realidade. Ela expressa uma opinião.

Cada um que parar para ver o ensaio terá a sua. Com certeza Yuri Leonardo tem a dele.

Veja mais em:

.

Enio Castelo

Abril  de 2011

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Fortaleza – Memórias do Tempo

A partir de 90 fotografias de Fortaleza das décadas de 1920 a 1970, escolhidas dos acervos do fotógrafo Chico Albuquerque e do memorialista Miguel Ângelo de Azevedo (O Nirez) a exposição “Fortaleza – Memórias do Tempo” revive aspectos da vida urbana, habitantes, trabalho, lazer, cultura e esporte de Fortaleza.

A importância documental dessas imagens e o que elas registram como história dos cearenses permite uma reflexão de como a cidade se transformou.  A fotografia aqui é registro de grande importância da história e base para estudos sociológicos que vão muito além da simples curiosidade dos novos, e mesmo, do saudosismo dos antigos.

Rua Major Facundo,Fortaleza-CE
foto: divulgação
* as fotos da mostra pertencem aos arquivos do Nirez e do fotógrafo Chico Albuquerque


Graças a dois importantes intelectuais, Seu Chico e o Nirez, podemos hoje fazer essas reflexões.  Que elas inspirem fotógrafos contemporâneos ao registro documental da nossa cidade. Principalmente face à transformação quase alucinante que ela vive.

Um bom exemplo de iniciativas que estão fazendo isso está no grupo “Mapeamento Fotográfico de Fortaleza”, http://www.flickr.com/groups/mpf/ , no site especializado em fotos, www.flickr.com. Assim como em grupos como o Ifoto e em livros como o reeditado pela Tempo d’Imagem “Mar e Luz”, este abordando  o Ceará.

A exposição “Fortaleza – Memórias do Tempo” estará em cartaz até dezembro/2011 no Espaço Cultural Porto Freire.

.........................
Serviço
Exposição Fortaleza – Memórias do Tempo
19 de abril até dezembro de 2011
Espaço Cultural Porto Freire
Gratuito
Informações: (85) 3459 0061

............................................

Veja mais em:





Enio Castelo

Abril de 2011



segunda-feira, 18 de abril de 2011

Walter Firmo


foto: divulgação

Despois de presentear a todos com bom humor e toda sua experiência, perguntado, do alto dos seus 73 anos e consagrado como um esteta da fotografia em cores, diz, para surpresa de todos, que esta se dedicando muito ao preto e branco. Será uma dádiva podermos ver sua poesia também retratada em PB. Como ele diz, "um multiplo na criatividade".

Curso Intermediário de Fotografia Digital no Estúdio He

O Estudio He está inscrições abertas para o Curso Intermediário de Fotografia Digital. O Curso tem o objetivo de propiciar Instrução das técnicas fotográficas necessárias para desempenho de atividades específicas como fotografia social, em estúdio, documental etc. Para além das técnicas, o estudante obterá noções aprofundadas de história, estética e sintaxe da fotografia.  O curso terá uma didática baseada em lições equilibradas de teorias e práticas fotográficas.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
I -  História da Fotografia
II – Equipamentos fotográficos
II -  Luz
III – Controle de exposição
V – Focagem
V – Flashes
VI -  Composição Visual
VII -  Pós- Produção Digital
VIII -  Apresentação de portfólio e mercado de trabalho

Pré-requisitos: Curso de fotografia digital básico ou teste de nivelamento e câmera DLSR (reflex digital) ou que possibilite operações no modo manual.

Equipamentos recomendados (não obrigatórios): Flash dedicado, tripé e filtro polarizador.



Início: 5 de maio.
Término: 6 de agosto.
Dias:  Quintas, (05, 12, 19 e 26 de maio; 02, 09, 16 e 30 de junho; 07, 14, 21 e 28 de julho e 04 de agosto) no Estúdio He.  Horário: 19 às 21:30 horas.
Sábados, (14,  21 e 28 de maio; 11 e 18 de junho; 02 de julho e 06 de agosto),  práticas – fotopasseios.  Horário: 08 às 12 horas.

Duração: 3 meses e uma semana.
Carga horária: 60 hs.

Investimento:
Parcelado: 3 x R$ 200,00.
À vista: R$ 550,00.

Professores:


FERNANDO JORGE: Fernando Jorge Silva é fotógrafo e professor de fotografia. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará, com especialização
em Teorias da Comunicação e da Imagem. Atualmente, cursa o Mestrado em Comunicação e Artes na Universidade Nova de Lisboa, Portugal. Foi professor da Casa Amarela Eusélio Oliveira, da Faculdade Integrada da Grande Fortraleza, leciona na Faculdade Cearense e no Estúdio He. Já expôs em mostras coletivas como o deVERcidade 2007, a XIV UNIFOR Plástica e a exposição Postais do Ceará. Em 2009, fez sua primeira exposição individual, intitulada Memento Mori. Sua produção fotográfica é de aspecto autoral e documental.


Sidney Gonçalves: Mestre em Sociologia pela UFC, Especialista em Comunicação e Cultura Contemporânea e Graduado em Filosofia pela Universidade Federal da Bahia.  Coordenou o curso de Comunicação Social da Faculdade Cearense de 2005 a 2008 e lecionou em diversas instituições de ensino superior no Ceará. Freqüentou vários  cursos livres na área da fotografia em Aracaju, Salvador, Fortaleza e São Paulo. Participou de duas exposições fotográficas coletivas, comissões julgadoras de concursos de fotografia, banca examinadora e orientações de trabalhos de conclusão de curso sobre linguagens visuais. Atualmente, dirige o Estúdio He, leciona fotografia na Faculdade Cearense, cursa Especialização em Artes Visuais: Cultura & Criação pelo SENAC e realiza projeto fotodocumental no espaço da Gentilândia.

Contato:
[85] 3087-5244
Rua Padre Francisco Pinto, 285 - Benfica. Fortaleza - Ceará.

domingo, 17 de abril de 2011

Brassaï na UNIFOR

Em cartaz até 1º de maio de 2011 a exposição Brassaï na Universidade de Fortaleza – Unifor. A mostra é uma parceria da Delegação Geral das Alianças Francesas no Brasil e a Aliança Francesa Fortaleza e a própria UNIFOR


foto: Brassaï
A exposição é “Uma viagem por entre luzes e sombras da Paris noturna e transgressora dos anos 1930” (Diário do Nordeste, 28.02. 2011)

Brassaï nasceu na Transilvânia, em 1899, aos quatro (4) anos conhece Paris, cidade para onde volta em 1924. Para ganhar dinheiro produz charges para jornais e escreve para revistas da Hungria, Romenia e Áustria. Requisitado para agregar fotografias às matérias Brassaï percebe, a partir de 1929, que pode expressar emoções estéticas através delas. O fotógrafo se interessa principalmente pela noite. E Paris começa a ser registrada por ele de uma forma peculiarmente poética.

Muitos foram os fotógrafos que documentaram Paris, talvez o melhor exemplo seja de Eugène Atget que o fez brilantemente. Mas Brassaï conseguriu ir além do documento e colocar seu olhar poético sobre o tema. Assim a Paris retratada é um pouco o próprio artista Brassaï. E Brassaï é um pouco a Paris que retrata. Mais tarde, Henri Cartier Bresson iria ainda mais longe ao ponto de identificarmos uma “Paris de Bresson”.

foto: Brassaï
No Ceará o fotógrafo Henrique Torres tem um trabalho que dialoga com a exposição de Brassai. “Fortaleza Noturna” (2004-2005) que ganhou o Prêmio Chigo Albuquerque de Fotografia 2005 da Secult-CE vê a cidade de Fortaleza à noite de um ponto de vista além de documental, poético.

Nesses trabalhos vemos a fotografia, além de documento, uma expressão de arte.

..........................

Serviço -
Brassaï
Abertura
1º de março de 2011
Visitação
2 de março a 1º de maio de 2011
Aberta ao público de segunda a sexta, das 10h às 20h, e sábados e domingos, das 10h às 18h, no Espaço Cultural Unifor Anexo
Entrada gratuita
Estacionamento no local
Agendamento de visitas guiadas para grupos de visitantes

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

100 Fotografias de Juan Rulfo

Editado pela Cosac Naify o livro “100 Fotografias de Juan Rulfo” chega às livrarias.
Em resenha para o jornal “O POVORegina Ribeiro analisa o livro do escritor e fotógrafo que registrou um autêntico México do Século XX.




100 Fotografias de Juan Rulfo” é obra importante em qualquer biblioteca sobre artes e fotografia. Vale a pena adquirir.