Em 6 x Albano, exposição que está em cartaz no Espaço Cultural Correios em Fortaleza até o dia 5 de novembro, o conteúdo fotográfico estava lá, apesar do ecletismo das imagens, contudo a curadora Jeanne Duarte conseguiu realizar uma proposta de exposição que valorizou ainda mais as fotografias, os artistas (José Albano, Maurício Albano, Ciro Albano, Ricardo de Aratanha, Mario de Aratanha e Fernando de Aratanha), e porque não dizer, o público.
Sem conteúdo não se faz uma exposição fotográfica (ou qualquer exposição) que valha a pena. Mas mesmo se houver conteúdo uma mostra de fotografias pode ficar aquém do que poderia ser sem uma curadoria competente.
Sabe-se da explosão do vídeo nos últimos anos e fenômenos como YouTube são reflexos disso. Poderia se pensar que com a evidência do vídeo as imagens estáticas como a fotografia ficariam desvalorizadas. Mas não é o que parece acontecer, afinal, a invenção irmãos Lumière não é mais do que imagens em sequência e em determinada velocidade dando idéia de movimento. Ou seja, todo filme é composto por imagens estáticas.
Na exposição que mostra o trabalho dos Albano e dos Aratanha a curadora soube usar da facilidade do vídeo e do seu baixo custo como instrumento eficiente e produtivo na exposição de 400 imagens sem a necessidade de imprimi-las.
Pelo formato como os vídeos foram expostos ficou muito interessante relacionar, ou melhor, misturar os seis fotógrafos unidos pelos laços familiares em vídeos para que depois tentássemos separar suas estéticas particulares.
Foram colocadas três telas passando as fotografias sem o crédito e misturadas. Depois noutra sala as fotos e seus respectivos créditos eram-nos revelados em outras três telas.
Essa idéia forçou os expectadores a interagir intelectualmente com as imagens. Como num jogo começamos a separar as fotos de temáticas diferentes e começamos a enxergar o olhar de cada fotógrafo. Nada é mais preciso para um artista quando ele pode ser identificado por sua arte, (por seu traço, diriam os desenhistas) por sua estética particular. Aí sim temos o artista.
E nada melhor para aprender fotografia do que ver fotografia. Quando começamos a separar a visão de cada fotógrafo aprendemos que também devemos particularizar a nossa.
Se fossem seis fotógrafos a esmo, talvez o resultado não fosse tão bom. Quando temos seis fotógrafos unidos (ou separados) por uma história de vida e pelos laços de parentesco temos o mote da exposição, justamente misturar para depois separar os artistas e as estéticas particulares, expandido.
É bom conhecer a história fotográfica dos Albano e dos Aratanha. Melhor ainda é poder aprender com ela de uma forma inusitada e criativa tendo uma experiência de arte que nos instiga a inteligência e o nosso lado lúdico, como a curadora fez acontecer.
Quando o curador Ivo Mesquita, na 28ª Bienal de São Paulo (A Bienal do vazio) propôs um andar inteiro vazio no pavilhão da Bienal e começou-se a questionar o tamanho da importância e da influência dos curadores na arte. Era quase como se os curadores fossem também artistas, as coisas ficaram meio nebulosas e parecia surgir uma crise.
Mas por que os curadores não podem ser vistos como artistas também¿ Cada vez mais a arte é concretizada por vários agentes, por meio de parcerias. Inclusive estão em moda os chamados coletivos (grupos de artistas que compõem assinam obras em conjunto – um bom exemplo no Ceará é o Grupo Acidum). Cada vez mais a arte é feita de apropriações de outras obras. Por que não um curador apropriar-se de obras e propor em uma mostra com um quê de “sua arte”, de sua própria estética¿ De forma alguma é menosprezar as artistas e as obras, mas antes de tudo colocá-las num contexto, proporcionar leituras e opinar. Neste caso com bastante sucesso e propriedade pela curadora Jeanne Duarte.
Serviço:
Exposição
6 X ALBANO
22 de setembro a 05 de novembro (2011)
seg a sex 8h às 17h/ sáb 8h às 12h
Espaço Cultural Correios
Rua Senador Alencar, 38 – Centro – Fortaleza - Ceará
Gratuito
(85) 3255 7275
http://6xalbano.blogspot.com/
Links relacionados:
http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2011/09/21/noticiavidaeartejornal,2301922/parentada-reunida.shtml
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2271&cd_item=3&cd_idioma=28555
http://www.birdwatcher.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=238:ciro-albano&catid=48:entrevistas&Itemid=67
http://www.fa7.edu.br/galeria/4/mauricio.htm
http://framework.latimes.com/who-we-are/ricardo-dearatanha/
http://6xalbano.blogspot.com/2011/08/um-pouco-do-que-sera.html
http://fernandodearatanha.com/
http://www.youtube.com/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Auguste_e_Louis_Lumi%C3%A8re
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1046261
http://www.28bienalsaopaulo.org.br/apresentacao
http://www.artecapital.net/entrevistas.php?entrevista=57
http://pt.globalvoicesonline.org/2008/11/09/brazil-a-bienal-do-vazio-enche-a-blogosfera/
http://grupoacidum.art.br/
Sem conteúdo não se faz uma exposição fotográfica (ou qualquer exposição) que valha a pena. Mas mesmo se houver conteúdo uma mostra de fotografias pode ficar aquém do que poderia ser sem uma curadoria competente.
Sabe-se da explosão do vídeo nos últimos anos e fenômenos como YouTube são reflexos disso. Poderia se pensar que com a evidência do vídeo as imagens estáticas como a fotografia ficariam desvalorizadas. Mas não é o que parece acontecer, afinal, a invenção irmãos Lumière não é mais do que imagens em sequência e em determinada velocidade dando idéia de movimento. Ou seja, todo filme é composto por imagens estáticas.
Na exposição que mostra o trabalho dos Albano e dos Aratanha a curadora soube usar da facilidade do vídeo e do seu baixo custo como instrumento eficiente e produtivo na exposição de 400 imagens sem a necessidade de imprimi-las.
Pelo formato como os vídeos foram expostos ficou muito interessante relacionar, ou melhor, misturar os seis fotógrafos unidos pelos laços familiares em vídeos para que depois tentássemos separar suas estéticas particulares.
Foram colocadas três telas passando as fotografias sem o crédito e misturadas. Depois noutra sala as fotos e seus respectivos créditos eram-nos revelados em outras três telas.
Essa idéia forçou os expectadores a interagir intelectualmente com as imagens. Como num jogo começamos a separar as fotos de temáticas diferentes e começamos a enxergar o olhar de cada fotógrafo. Nada é mais preciso para um artista quando ele pode ser identificado por sua arte, (por seu traço, diriam os desenhistas) por sua estética particular. Aí sim temos o artista.
E nada melhor para aprender fotografia do que ver fotografia. Quando começamos a separar a visão de cada fotógrafo aprendemos que também devemos particularizar a nossa.
Se fossem seis fotógrafos a esmo, talvez o resultado não fosse tão bom. Quando temos seis fotógrafos unidos (ou separados) por uma história de vida e pelos laços de parentesco temos o mote da exposição, justamente misturar para depois separar os artistas e as estéticas particulares, expandido.
É bom conhecer a história fotográfica dos Albano e dos Aratanha. Melhor ainda é poder aprender com ela de uma forma inusitada e criativa tendo uma experiência de arte que nos instiga a inteligência e o nosso lado lúdico, como a curadora fez acontecer.
Quando o curador Ivo Mesquita, na 28ª Bienal de São Paulo (A Bienal do vazio) propôs um andar inteiro vazio no pavilhão da Bienal e começou-se a questionar o tamanho da importância e da influência dos curadores na arte. Era quase como se os curadores fossem também artistas, as coisas ficaram meio nebulosas e parecia surgir uma crise.
Mas por que os curadores não podem ser vistos como artistas também¿ Cada vez mais a arte é concretizada por vários agentes, por meio de parcerias. Inclusive estão em moda os chamados coletivos (grupos de artistas que compõem assinam obras em conjunto – um bom exemplo no Ceará é o Grupo Acidum). Cada vez mais a arte é feita de apropriações de outras obras. Por que não um curador apropriar-se de obras e propor em uma mostra com um quê de “sua arte”, de sua própria estética¿ De forma alguma é menosprezar as artistas e as obras, mas antes de tudo colocá-las num contexto, proporcionar leituras e opinar. Neste caso com bastante sucesso e propriedade pela curadora Jeanne Duarte.
Enio Castelo
Outubro de 2011
Imagens:
Foto de Ricardo de Aratanha (Divulgação) fonte: http://www.opovo.com.br/ |
Foto de Ciro Albano (Divulgação) fonte: http://diariodonordeste.globo.com/ |
Exposição
6 X ALBANO
22 de setembro a 05 de novembro (2011)
seg a sex 8h às 17h/ sáb 8h às 12h
Espaço Cultural Correios
Rua Senador Alencar, 38 – Centro – Fortaleza - Ceará
Gratuito
(85) 3255 7275
http://6xalbano.blogspot.com/
Links relacionados:
http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2011/09/21/noticiavidaeartejornal,2301922/parentada-reunida.shtml
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2271&cd_item=3&cd_idioma=28555
http://www.birdwatcher.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=238:ciro-albano&catid=48:entrevistas&Itemid=67
http://www.fa7.edu.br/galeria/4/mauricio.htm
http://framework.latimes.com/who-we-are/ricardo-dearatanha/
http://6xalbano.blogspot.com/2011/08/um-pouco-do-que-sera.html
http://fernandodearatanha.com/
http://www.youtube.com/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Auguste_e_Louis_Lumi%C3%A8re
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1046261
http://www.28bienalsaopaulo.org.br/apresentacao
http://www.artecapital.net/entrevistas.php?entrevista=57
http://pt.globalvoicesonline.org/2008/11/09/brazil-a-bienal-do-vazio-enche-a-blogosfera/
http://grupoacidum.art.br/