sexta-feira, 27 de outubro de 2017

II ENCONTRO CEARENSE DE FOTOGRAFIA – 2017

Acontece entre 30 de outubro e 02 de Novembro no Centro Cultural Banco do Nordeste em Juazeiro do Norte/CE o II Encontro Cearense de Fotografia – 2017.

Alguns destaques da programação são o lançamento da Revista Mandakaru e a Fala: a fotografia no Ceará com Tiago Santana




Segue na integra o convite o evento:

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II ENCONTRO CEARENSE DE FOTOGRAFIA – 2017
30 outubro a 02 de novembro – Juazeiro do Norte, CE 

A fotografia do Ceará tem se destacado no circuito nacional desde a década de 1950, com o pioneirismo de Chico Albuquerque, até a diversidade de experimentações dos autores contemporâneos. A despeito dos méritos criativos, os fotógrafos cearenses enfrentam dificuldades em projetar suas produções fora do estado. Nos últimos anos, movimentos de reorganização, com a constituição do Instituto da Fotografia (Ifoto) em 2004 e do Fórum da Fotografia - Ceará em 2011, demonstram a intensificação das ações coletivas em busca de agregar agentes e fortalecer iniciativas do setor.

Essa mobilização evidenciou a necessidade de se reunirem os autores e produtores do segmento para discutir o cenário local, a fim de reconhecer o perfil da Fotografia Cearense e debater sobre demandas, estratégias e propostas para o desenvolvimento dessa linguagem.

Dessa forma o Fórum Cearense da Fotografia realizou em 2013 I Seminário da Fotografia no Ceará, que propôs uma ação inédita para construir e sistematizar conhecimento sobre a cadeia criativa da Fotografia com participação de agentes de todo o estado. 

O II Encontro Cearense de Fotografia promovido pelo Fórum da Fotografia Ceará e será realizado no período de 31 de outubro e 01 de novembro de 2017, no Centro Cultural Banco do Nordeste, na cidade de Juazeiro do Norte.

Objetivo
O II Encontro Cearense de Fotografia tem como objetivo mobilizar fotógrafos e agentes da cadeia criativa da fotografia no Ceará a fim de fortalecer e dinamizar a produção fotográfica no estado, por meio da intensificação da troca de conhecimentos e experiências.

Objetivos específicos
Reunir agentes da cadeia criativa da fotografia para agentes da cadeia criativa da fotografia no Ceará a fim de fortalecer e dinamizar a produção fotográfica no estado, por meio da intensificação da troca de conhecimentos e experiências.
Reunir agentes da cadeia criativa da fotografia para mapear, atualizar e sistematizar as informações sobre o perfil da produção cearense;
Estabelecer articulação com os fóruns regionais de cultura para reforçar o envolvimento desses realizadores com a política cultural do estado;
Iniciar as discussões para a elaboração de um plano setorial para a fotografia no estado, visando a consolidação de políticas públicas específicas da área.

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PROGRAMAÇÃO

1 / 10 / 2017 (terça-feira)
15:00   Fala de Abertura Fórum Cearense de Fotografia
15:30 Panorama da Fotografia no Ceara – Glicia Gadelha
16:00   Conversa Aberta sobre a Produção fotográfica no Ceará 
18:00   Fala (Inter) - Ações Fotográficas com Titus Riedl
19:00   Pré-lançamento Livro “Casou no Papel” e exibição do filme Quadro Ampliado             
            do Fotógrafo e Pesquisador Luiz Santos (PE)
21:00   Lançamento da Revista Mandakaru e Projeções Fotográficas 
            Local: Cantina Zé Ferreira

01 / 11/ 2017  (quarta-feira)
09:00   Oficina de Fotografia – Parafotografia e Pararrevelação - Luiz Santos
            Local: FotOficina - Crato
15:00   Fala: A Fotografia no Nordeste –  Paula Fernandes
16:00   Fala: Recorte da Fotografia no Cariri – Nívia e Uchôa e Alan Bastos
17:00   Fala: "desmedida" Ensaio sobre o crime da Samarco Rubens Venâncio
17:30   Conversa Aberta sobre a Produção fotográfica no Ceará
19:00   Fala: A fotografia no Ceará com Tiago Santana

02 / 11/ 2017  (quinta-feira)
7:00  Rolezinho fotográfico Lambey-Day - Luiz Santos
03 / 11/ 2017  (sexta-feira)
09:00   Oficina de Fotografia – Parafotografia e Pararrevelação - Luiz Santos
Local: FotOficina 

Organização:
AnimaCult
Poesia da Luz

Apoio:
FotOficina – fotografia alternativa
FOCA – fotografia cariri
Centro Cultural Banco do Nordeste
Secretaria de Cultura do Estado do Ceará

Contatos:
Glicia Gadelha
85 996918458

Nívia Uchôa
88 996127485

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Na Linha de Frente – Uma reflexão sobre o horror

É notícia na imprensa que Fortaleza é uma das cidades mais violentas do Brasil, até do mundo, e pode ter certeza que fotografar aqui é um perigo constante. Mas o que dizer dos brasileiros que fotografam os conflitos pelo mundo? Isso é o que se propõe mostrar a exposição Na Linha de Frente – Fotógrafos Brasileiros em Conflitos Armados, em cartaz no Museu Fotografia Fortaleza (MFF) até fevereiro de 2018.

A guerra é algo cruel e revela o pior do ser humano. Algo que precisa ser mostrado e debatido pela sociedade para que seja, ao máximo, evitada. É um ato de risco fotografar esses eventos e é necessário muita técnica e profissionalismo. Mas as mais de 70 obras em exposição vão além, exibem o olhar peculiar de cada jornalista.

Os retratos feitos de crianças na série Sonhos por João Castellano, por exemplo, mostram uma inquietação sobre o futuro das pessoas que vivem nas áreas de conflito. A partir da pergunta: o que você quer ser quando crescer, ele inicia a interação com as crianças que no dizer de Cristina Veit passam a ser “protagonistas e não mais vítimas” e daí surgem os retratos. São retratos de corpo inteiro, de frente, ao fundo uma parede de concreto desgastado pelo tempo. São crianças como quaisquer outras, mas vivendo uma realidade brutal. Em última análise caberá a elas no futuro decidir se permanecerão em guerra ou se optam pela paz.

Fotografias da série Sonhos, João Castellano, DIVULGAÇÃO
Também desperta admiração o trabalho de André Liohn. Ele capta as imagens tão próximas usando uma lente 28 mm e faz valer a máxima de Robert Capa “Se suas imagens não ficaram boas, é porque você não se aproximou o suficiente de seu assunto”. Algumas imagens são chocantes e desassossegam. Mas é a realidade, é o mundo em que vivemos sem desfaces. Nas palavras do próprio Liohn “o máximo que podemos fazer é registrar a guerra com honestidade, sem filtros”.

Em umas das fotos de Liohn, um pé de soldado está pisando uma poça de sangue e cartuchos de bala. Na foto O dominante e o dominado (2011) uma mão julgadora aponta pra dois homens sentados totalmente submissos. Já na fotografia Vitórias e derrotas (2011), um soldado está fazendo uma fotografia de outro que mostra o V da vitória sob um cadáver ensanguentado. É o ódio concretizado e precisa ser visto porque é uma das faces da humanidade.

O Brasil não tem muita tradição em fotografia de guerra, esse trabalho está sendo feito majoritariamente nesta última década. E é o que mostra a exposição, uma iniciativa interessante embora não se possa definir um olhar brasileiro da guerra, cada jornalista tem sua visão. E acho que é bom que seja assim. Além de Liohn e Castellano integram a exposição Gabriel Chaim, Mauricio Lima, Felipe Dana e Yan Boechat.

Acima de tudo quando vamos a uma exposição dessas precisamos aprender a ter um pouco de coragem para encarar pela frente imagens tão brutais. É papel de fotojornalistas nos apresentar tal realidade. Mas deve ser uma tarefar dura e sobre tudo complexa. Como enfrentar o medo? Como construir um olhar estético sobre o horror?

Refletir sobre o horror nos faz também lembrar a guerra camuflada em Fortaleza e do papel do fotojornalista no nosso cenário, bravos combatentes a mostrar uma violência que não pode ser esquecida, mas antes de tudo, refletida.

Enio Castelo